quinta-feira, 22 de março de 2012

Hoje é o Dia Mundial da Água, um dia para refletir.

Hoje se comemora o Dia Mundial da Águas. Vale a pena repensar as condutas de cada dia, os últimos acontecimentos na nossa cidade para nos reeducarmos e respeitarmos o meio ambiente. Na semana passada, dia 14 de março, Porto Alegre passou por um verdadeiro Dilúvio. A chuva intensa aliada à falta de educação e lixo nas ruas fez com que a cidade parasse e (espero eu) repensasse suas atitudes. Vi e ouvi muitas coisas boas e ruins. Vi o Diretor do DEP, sr. Ernesto Teixeira esclarecendo a todos que os projetos de drenagem são feitos com o estudo de recorrência de chuvas de 100 anos. Ao passar pela avenida Goethe, vi que a área que há alguns anos vivia inundada em eventos similares estava perfeitamente transitável, nunca comprovação de funcionamento do aguardado Conduto Álvaro Chaves. Mas também repensei outras situações, que vivenciamos. A dos grandes projetos privados cuja exigência de estudo por parte do próprio DEP é da recorrência de cheias de APENAS 10 anos!  Como entender uma discrepância tão grande de 10 para 100 anos? Incluo aqui o projeto da Orla, que afirma que as chuvas de 10 anos não irão impactar no projeto e só e não avaliam nada mais. Lembrando que na enchente de 1941, o nível do Guaíba chegou à 4,75m.

Na busca de entender um pouco mais sobre o assunto, e divulgar o que me informaram, posto aqui as informações que obtive com o DEP em relação a chuvarada do dia 14. E desde já agradeço a colaboração da Engenheira Daniela Bemfica e da sra. Lisane Tais Longhi, chefe de Gabinete, ambas do DEP - Departamento de Esgotos Pluviais do Município de Porto Alegre.

Expliquei a ambas que o que eu queria era tentar fazer uma relação com o que choveu no dia 14 e a variação provocada na Orla do Guaíba. A eng.ª Daniela me informou que a contribuição de uma chuva excluvivamente em Porto Alegre pouco afetaria o Guaíba. Isto por que o Guaíba está inserido em uma bacia de contribuição de pouco mais de 85mil km², e que Porto Alegre contribui com pouco mais de 500km². Mas o que isto exatamente quer dizer? Que chover em Porto Alegre não quer dizer muita coisa. Que os alagamentos provocados pelo Guaíba são relacionados à chuvas mais constantes e em maiores áras e cujo acúmulo faz elevar o seu nível. Apesar da lógica, e do fato de consultar outras infromações e ver que realmente a infromação dada estava absolutamente correta, ainda assim pedi os dados das medições do Guaíba. isto por que entender extamante o que se passa na nossa cidade é fundamental ainda mais para alguém da área do urbanismo.

Seguem os dados da Estação Guaíba, régua do Harmonia, da SPH:

Data                                  Horário de Medição
                          7:30                   12:30                17:30
12/03/12          0,49m                 0,48m               0,50m
13/03/12          0,45m                 0,54m               0,84m
14/03/12          0,58m                 0,73m               0,70m
15/03/12          0,86m                 0,82m               0,87m              
16/03/12          0,72m                 0,69m               0,76m

Pela tabelinha, dá para ver que não há muita relação com o dia da chuvarada. Ainda me foi passado os dados de madição do DEP, que comparei com os do SPH (praticamente nada de variação):

Data                                   Horário de Medição
                          7:30                   12:30                 17:30
12/03/12           0,46m                0,49m                0,53m
13/03/12           0,43m                0,54m                0,81m
14/03/12           0,59m                0,71m                0,68m
15/03/12           0,84m                0,81m                0,85m
16/03/12           0,67m                0,67m                0,75m

Acho bastante válido divulgar esta informação pois é importante para nós que moramos por qui entender o que pode ou não gerar alagamentos e problemas que possam nos atingir. Na verdade o que se pode concluir é que embora a chuva tenha sido grande, não foi nem de perto a maior. Ou seja, a situação foi muito mais grave devido ao lixo das ruas, que impediu o correto funcionamento dos sistemas de drenagem.

Seguem algumas fotos do dia 14 na hora da chuvarada. Olhem o lixo boiando no Dilúvio:






E uma foto do arroio dilúvio, já próximo do meio-dia, já com nível bem mais baixo:



Vale a pena repensar atitudes e lembrar que todo o lixo jogado nas ruas não só entope bueiros e outros sistemas de drenagem como também contamina solo e corpos d'água. E que a natureza como um todo é um bem de todos e que deve ser preservado.

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

Um comentário:

  1. Grande Eliana, parabéns. O material de vocês esta cada vez maior principalmente quando se trata dos projetos importantes em tramitação em POA.
    Nilton

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