domingo, 31 de julho de 2011

Projeto Cais Mauá, uma revitalização há muito esperada. Post 3.

Antes mesmo de ganhar a referida licitação, o arquiteto que coordenou a elaborou do estudo econômico, o espanhol Fermín Vázquez, e depois viria a elaborar o projeto para a local, já indicava algumas potencialidades da área:
1 Localização privilegiada
Para o urbanista, a localização do porto não pode ser melhor dentro da Capital. A grande circulação de pessoas e a beleza da área são promissoras. A única barreira apontada é o trem, que impede a ligação do Centro com o porto entre as estações Rodoviária e Mercado.

2 Perspectiva de grande fluxo
A instalação de lojas, restaurantes, escritórios e centros culturais no espaço entre a Rodoviária e as proximidades da Usina do Gasômetro, tornará o local atrativo para a população, garantindo movimentação e viabilidade econômica para os empreendedores.
Parte das opções de lazer deverão ser gratuitas, para que toda a população usufrua do contato próximo ao Guaíba. A diversificação das atividades e das opções oferecidas deve ser buscada, para ampliar o interesse de diferentes públicos.

3 O entorno valorizado
Com a revitalização do porto da Capital, o urbanista avalia que se abrirá a possibilidade de todo o entorno melhorar junto. A tendência, observada em outras cidades do mundo que recuperaram seus portos, é de que o aporte de recursos incentive outros empreendedores a investir na mesma região.
Em vez da competição entre os comerciantes do porto e os estabelecidos do lado de fora, o espanhol prevê que a revitalização terá a capacidade de estreitar a relação entre os dois segmentos, em que ambos se reforçarão mutuamente.
Na cidade espanhola de Valência, a realização de uma competição esportiva de vela serviu como pontapé para a construção de um moderno edifício chamado Veles e Vents na área portuária, e a consequente renovação de todo o entorno.

4 Uma rica arquitetura
Os contornos arquitetônicos dos antigos armazéns e a referência histórica simbolizada nos gigantescos guindastes situados junto às águas devem ser destacadas no processo de revitalização. Vázquez destaca que o Cais do Porto é a identidade de Porto Alegre.

5 O Guaíba como cenário
A proximidade com as águas do Guaíba deve ser aproveitada. O cais que no passado servia para o ancoramento de navios é visto como uma grande “sacada urbana”, permitindo vista panorâmica do rio.

6 Utilidade para toda a cidade
Mais que ser rentável para os empreendedores dispostos a investir na área, o projeto tem de ser útil para as pessoas e preservar características locais.
 O espanhol ressalta que nenhum projeto vale a pena se não for bom para a cidade como um todo. E ele vê, no Cais do Porto, potencial para que a revitalização cumpra esse papel.

7 Chance de atenuar o muro
Sem entrar na polêmica da remoção ou permanência do Muro da Mauá, Vázquez avalia que o muro é importante como proteção contra cheias e isolamento acústico do barulho dos carros e ônibus que passam pelo Centro. Deverão ser estudadas formas de atenuá-lo na paisagem.
(Zero Hora)

As posições do arquiteto são coerentes com o projeto apresentado pelo seu grupo, divulgado no portal ArcoWeb: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/jaime-lerner-arquitetos-associados-b720-fermin-vazquez-arquitecto-revitalizacao-urbana-13-04-2011.html
o qual tomo a liberdade de reproduzir com os devidos créditos aos seus autores:






O plano urbanístico do complexo é do escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados, de Curitiba, e o esboço arquitetônico das edificações, do estúdio espanhol b720 Fermín Vázquez Arquitectos, mas em vários momentos os dois trabalharam em colaboração.
(...)
O consórcio é responsável pela construção, manutenção, conservação, melhoria, gestão, exploração e operação do empreendimento, que se complementa com a implantação de edifícios empresariais, culturais, de lazer, entretenimento e turismo.
A intervenção está dividida em três setores: Gasômetro (37 mil metros quadrados), Armazéns (86 mil metros quadrados) e Docas (64 mil metros quadrados).
(...)





Setor Gasômetro1. Centro comercial

Setor Armazéns
2. Beira-rio / 3. Deques / 4. Via interna / 5. Armazéns / 6. Pórtico principal / 7. SPH / 8. Terminal hidroviário / 9. Praça de sombra

Setor Docas
10. Hotel e centro de negócios / 11. Centro de negócios / 12. Frigorífico / 13. Beira-rio / 14. Via de acesso
15. Principal acesso de veículos


O primeiro corresponde ao trecho final da avenida Mauá, em frente da praça Brigadeiro Sampaio e ao lado da usina do Gasômetro. O setor Armazéns, que tem cerca de 1,4 mil metros de frente para o Guaíba, equivale ao território paralelo à avenida Mauá e vai do mercado público até a praça Brigadeiro Sampaio.
Trata-se, segundo o diagnóstico do plano, da parte mais limitante dos trabalhos, uma vez que vários imóveis no trecho são protegidos pelo patrimônio histórico.
Também paralelo à avenida Mauá, o setor Docas tem cerca de 400 metros de frente para a água e abrange o trecho entre a rodoviária e o mercado público - nesse segmento estão as docas de atracação do antigo porto, galpões utilizados como depósitos, um antigo frigorífico e a praça Edgard Schneider.
No setor Gasômetro, o projeto deu ênfase às atividades comerciais, que estarão abrigadas em uma edificação baixa e integrada ao entorno. Ela abrirá o circuito e estará ligada ao Centro Cultural Usina do Gasômetro e à sequência da orla, fortalecendo a frente fluvial da cidade.
As construções, informam os autores, não vão obstruir a relação entre Porto Alegre e o Guaíba. A conexão do setor com a praça se fará através do rebaixamento da avenida João Goulart, permitindo uma nova ligação entre o cais e a cidade.

(...)





É no setor Armazéns que se situam os espaços destinados a cultura, lazer, gastronomia, educação e artesanato. A proposta para essa área procurou minimizar as interferências visuais, que buscarão apenas complementar e valorizar os elementos existentes em função de seus novos usos.
O plano considera esse setor estratégico para a intervenção, uma vez que permite uma série de costuras entre o cais e o tecido urbano circundante, além de consolidar um nó intermodal de transporte coletivo, próximo da praça Revolução Farroupilha.
O maior impacto no setor Docas virá da implantação de três torres, que deverão reanimar uma área hoje considerada pouco dinâmica. A vocação do setor, antevê o plano, é acolher as âncoras empresariais e hoteleiras do complexo.
Por conter fluxos viários metropolitanos e urbanos, o setor receberá um dos principais bolsões de estacionamento. Situado na terceira doca, o antigo frigorífico se tornará espaço cultural e de convívio."

Texto de Adilson Melendez
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 372 Fevereiro de 2011

A reportagem em si não faz uma análise do projeto. Mas queremos aqui manifestar nossa opinião sim sore a proposta. Até mesmo por que, ao início destas postagens, assumi um compromisso de me posicionar em relação a este projeto.

De tudo o que li e vivenciei relacionado ao projeto, a verdade inequívoca é que a cidade quer este equipamento, com funções relacionadas ao lazer da cidade. São incontáveis o número de pessoas e profissionais que já estudaram este espaço, que já se manifestaram sobre este espaço.
Não só  isso, o projeto hoje apresentado reflete muito do que a cidade quer. Se mantém sua história, através dos armazéns e se busca o novo, através de uma arquitetura mais contemporânea. Junto ao gasômetro, a proposta o mantém enquanto elemento arquitetônico soberano. E no fim, o muro e a proteção que ele representa estão aí.
Após mais de 20 anos de discussões e entraves políticos, parece que agora chegamos ao ponto em que todos devem ceder um pouquinho para que a cidade volte a ter este espaço que sempre foi seu, mas que durante muitos anos ficou esquecido por traz do muro que até hoje faz a sua e a nossa proteção.
Ao fim, espero apenas que o tratamento deste projeto seja além do vandalismo que andamos acompanhando nas ruas da cidade. Afinal, é um patrimônio que está sendo devolvido a todos.

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

sábado, 30 de julho de 2011

Projeto Cais Mauá, uma revitalização há muito esperada. Post 2.

O ano de 2008 certamente será lembrado como um dos mais importantes nesta tragetória de revitalização do Cais Mauá, de Porto Alegre. A equipe liderada por Edemar Tutikian, coordenador executivo do projeto e presidente da comissão técnica de avaliação para a Revitalização do Cais Mauá, caminhou passos importantes. Incicialmente foi realizada a licitação para a elaboração do Plano de Negócio da Revistalização, Plano que iria nortear as obras de revitalização do Cais. Licitação que foi ganha pela M. Stortti Consultores.

Conforme informações do jornal Zero Hora, 4 grupos foram formados para participar da licitação:
Grupo 1
Quem integra o consórcio: Beck de Souza Engenharia, STE Serviços Técnicos e Construtora Tedesco
O que fazem as empresas: As três são gaúchas. A Beck de Souza e a STE atuam em consultoria na área de engenharia. A Tedesco é uma construtora
O que diz sobre sua proposta: Está com os estudos em fase final. O espírito da proposta é fazer do cais uma área que sirva a um público de todas as classes sociais. A proposta será de um espaço de cultura, lazer, negócios e serviços, prevendo soluções de acesso e construção de prédios
Participação em fases posteriores: O consórcio manifesta interesse em participar da fase de obras
" Apostamos muito no projeto. Queremos participar da licitação das obras, que deve ser uma coisa enorme, e por isso temos uma construtora no grupo. "
Cristiano Costa de Souza, arquiteto da Beck de Souza Engenharia

Grupo 2
Quem integra o consórcio: MSCA, Grupo Camargo Corrêa, Jaime Lerner Arquitetos, Proativa, Lanside e SPIM
O que fazem as empresas: A MSCA, de Porto Alegre, atua em consultoria na área empresarial. O Grupo Camargo Corrêa conta com uma construtora. Na área da arquitetura, o escritório de Jaime Lerner tem a parceria de empresas internacionais. Participam do consórcio três empresas da Espanha: a Proativa é uma gestora de fundos, a Lanside é do ramo de desenvolvimento de infra-estrutura e a Spim é construtora
O que diz sobre a proposta: Não antecipa detalhes, mas analisa um plano de negócios e estuda a possibilidade de propor uma parceria público-privada (PPP) ou uma concessão
Participação em fases posteriores: Ocorrerá se o projeto escolhido pelo governo for considerado viável pelo consórcio
"É um projeto complexo, e por isso está parado há tanto tempo. Seguir adiante ou não vai depender dos estudos sobre a viabilidade."
Maurênio Stortti, da MSCA, coordenador do grupo

Grupo 3
Quem integra o consórcio: Debiagi Arquitetos e Urbanistas, Pedro Gabriel Arquitetos Associados, Joaquim Haas Arquiteto e Urbanista, Rossi Residencial, Gilberto Guaspari Advogados e Sérgio Porto Advogados. O consórcio adotou como nome Equipe Porto Alegre
O que fazem as empresas: Aos três escritórios de arquitetura gaúchos somam-se a Rossi, como construtora, e os dois escritórios de advocacia, responsáveis pela viabilidade jurídica da proposta
O que diz sobre a proposta: Tem praticamente concluída solução para a área econômica, urbanística e juridicamente viável, mas não antecipa os detalhes por causa dos concorrentes
Participação em fases posteriores: Depende do que o governo vai decidir
"Não sabemos sobre as fases seguintes. A Rossi é o parceiro econômico. Tê-la no projeto significa ter condições de fazer o investimento."
Jorge Debiagi, coordenador da Equipe Porto Alegre


Grupo 4
Procurado por Zero Hora, o quarto consórcio, integrado pelas construtoras Andrade Gutierrez e Odebrecht, afirmou que não se manifestará sobre propostas para a remodelação cais do porto da Capital, porque ainda estão em andamento. As duas empreiteiras aparecem entre as maiores do país no setor


O Plano aprovado, norteou a licitação do projeto em si, que será objeto de nosso Post 3, mas por enquanto, vamos tratar do que foi proposto pela M. Stortti Consultores.

Com uma previsão de investimento de um total de 400 milhões de reais, através de uma parceria público privada, determinava que:

Os armazéns seriam reformados e destinados a lojas, bares e restaurantes. As paredes de alvenaria seriam removidas e substituídas por vidros, o que possibilitaria admirar a paisagem do Guaíba. As principais construções, no entanto, ficariam nos dois extremos. Perto da rodoviária, seriam erguidas duas torres comerciais para escritórios e estacionamento. Na outra ponta, perto da Usina do Gasômetro, está previsto um hotel, um shopping e um centro de convenções.

Muro da Mauá pode ser reduzido à metade.

O plano de negócios é uma idéia. A empresa que vencer a licitação pode propor mudanças. Não significa, por exemplo, que o hotel ficará exatamente naquele local. O mais importante desse plano foram os conceitos de exploração do local apresentados — observou Edemar Tutikian, coordenador executivo do projeto de revitalização do Cais e presidente da comissão formada para avaliar o plano anunciado ontem.





Informações do Projeto- Construção de duas torres de escritório
- Um hotel de luxo com 300 apartamentos
- Centro de convenções para mil pessoas
- Shopping center com cerca de 13 mil m²
- Museu
- Terminal Hidroviário
- Trem elétrico ligado todo o complexo
- Dois estacionamentos (um de cada lado do cais)

Números do Projeto
 - Investimento: 426 milhões
- Vagas de Estacionamento: E¹ 2,3 + E² 1,2 - Total 3500
- Empregos: 2,3 mil durante a obra e 5,4 durante o funcionamento
- Previsão: 2014

O cronograma
 Até dezembro de 2008 - Abertura de licitação para escolher a empresa que fará a revitalização e terá direito a explorar a área por 25 anos
Final do primeiro semestre de 2009 - Definição e anúncio da empresa que fará a obra
Segundo semestre de 2009 - Início das obras
2011 - Término da primeira etapa da obra, como a revitalização dos armazéns
2013 - Conclusão de todas as obras do projeto

Contribuição de informações do site: http://www.skyscraperlife.com/projetos/15818-porto-alegre-rs-revitalizacao-do-cais-maua.html

Após esta proposta bastante impactante, o processo tramitou junto à Prefeitura, CAUGE, e junto ao conselho do Plano Diretor, CMDUA, já em 2009, onde ao final ficaram definidas algumas questões, relacionadas principalmente às diretrizes urbanísticas:
- o projeto ficaria zoneado em 3 setores distintos. Um junto à usina do Gasômetro, o setor dos Armazéns e o Setor junto à Rodoviária,
- os armazéns seriam mantidos integralmente, sendo restaurados, sem quaisquer plugues ou acréscimos, apenas aqueles destinados à conexões entre os mesmos, de modo a facilitar a circulação dos usuários e integrar as unidades;
- junto à Usina do Gasômetro não seriam implantados prédios de maior altura. Estes seriam destinados ao setor 3, próximo à rodoviária, onde não haveria limite de alturas.

Embora o plano se referisse apenas à proposta econômica de ocupação, muitos confundiram esta proposta com o projeto em si. Na época, publicações difundiam a mesma enquando projeto (embora fosse apenas econômico) o que resultou no repúdio de muitos ao que estava sendo apresentado.
Parecia estar se criando um novo monstro, que novamente seria repudiado. E mais uma vez houve o medo de se passarem muito anos à espera do Porto Revitalizado. 2009 foi um longo ano percorrido pela ânsia de aprovar o plano econômico.

Mas ainda assim o processo seguiu, com muito questionamentos, mas que trazia também muitos esclarecimentos, em especial quanto à questão do tombamento da área, que gerou em muitos momentos, muitas reviravoltas quanto à utilização da área:
O patrimônio histórico e cultural do Cais Mauá é protegido desde 1983, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) tombou a Usina do Gasômetro e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) fez o tombamento do Pórtico Central e dos Armazéns A e B. O Conselho Municipal do Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural (Comphac) de Porto Alegre tombou, em 1996, os Armazéns A-1, A-2, A-3, A-4, A-5, B-1, B-2, B-3, além do edifício-sede da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH). Em 2004, o Comphac também tombou o Armazém A-6.

Já na Câmara Municipal, seguiram-se mais algumas definições:
O QUE FOI GARANTIDO

Confira como ficou o projeto até pouco depois das 21h de ontem, com base nas emendas aprovadas ou rejeitadas até esse horário:
- Destinação da área do cais para atividades de lazer, culturais, gastronomia e comércio
- Destinação de área para hotel ou apart-hotel, como prestação de serviço
- Prédio de até cem metros junto à rodoviária, para uso comercial ou como apart-hotel, e de até 32 metros próximo à Usina do Gasômetro

O QUE FOI MODIFICADO

- Foi proibida qualquer possibilidade de utilização da área para moradia
- Reservou-se espaço no cais para o transporte turístico e de passageiros pelo Guaíba
- O cais deverá contar com paisagismo com vegetação nativa, coleta seletiva e reciclagem de lixo e redução de resíduos sólidos

 (de acordo com o jornal Zero Hora)


É importante destacar que ao longo da tramitação do projeto na câmara de Veradores, a mobilização foi intensa. Gostando ou não do projeto, é importante destacar que a cidade deseja se apropriar detse espaço. Não sendo por nada que a feira do livro, há 3 anos, já se integrou ao Porto.

Apenas em 2010, chega-se a etapa de execução da licitação para a exploração do espaço, licitação esta que foi ganha pelo mesmo consório que eçaborou o plano econômico para a área.

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Projeto Cais Mauá, uma revitalização há muito esperada. Post 1.

Há tempos que pensamos (até recebemos pedidos) em escrever sobre o Cais Mauá e o projeto de sua revitalização. Escrever sobre este tema, porém, não é tarefa fácil. Não só há uma série de polêmicas relacionadas ao tema, como sua relevância exige que quem escreva sobre o mesmo, necessariamente, se posicione: ou contra, ou a favor.
Para se posicionar, é preciso entender e saber um pouco de tudo o que já ocorreu. E devido a complexidade e ao tempo, resolvemos escrever sobre o assunto em 3 posts, qque serão publicados hoje, amanhã e domingo.
O primeiro sobre a história e o projeto Porto dos Casais, de autoria do arquiteto Alberto Adomille.
O segundo, já sobre as proopostas que foram encaminhadas no momento da licitação da área, em 2007.
E o terceiro e último, sobre o projeto que será implantado, de autoria dos escritórios Jaime Lerner Arquitetos Associados e b720 Fermín Vázquez Arquitecto

Há muito se discute o destino desta área. Muitas restrições de modernização técnica da área ocorreram devido ao tombamento dos armazéns por parte da equipe de patrimônio. E estas restrições acabaram por inviabillizar a continuidade da área enquanto porto, deslocado para o agora modernizado Cais Navegantes.
A então área remanescente, por muitos anos esquecida por muitos portoalegrenses, sempre esteve presente nas mentes criativas dos arquitetos, que viam nela a possibilidade de ter um ambiente único. Onde a ambiência construída junto ao Guaíba se apresenta de forma diferente de todas as outras áreas da Orla.
Desde 1991, há estudos e inciativas vinculadas ao Cais Mauá. Já neste ano, a Prefeitura havia lançado o Caminhos Porto, onde um total de 5 armazéns, receberiam funções específicas, como restaurantes e museus.
Em 1992,  a Prefeitura e o governo do Estado tentaram transferir para a área as linhas de ônibus do centro de Porto Alegre. Talvez a ideia mais infeliz, considerando o potencial do espaço em si. Chegaram até a assinar um protocolo, mas felizmente o projeto não foi levado adiante.
Mais um tempo se passa e em 1995, há consciência do espaço, do seu valor e da necessidade de sua revitalização.  O governo estadual propõe um plano de revitalizar uma área formada pelo pórtico central e os conjuntos de armazéns, que se materializa através de um concurso público para a área.
No ano seguinte, em 1996, o Projeto Porto dos Casais, do arquiteto Alberto Pio Adomilli, vence o concurso.
Em 1998, o governo estadual lança formalmente o projeto Porto dos Casais, que previa casa noturna, centro de compras, marina, dois hotéis, um prédio comercial de alta tecnologia, restaurantes, teatro, uma sede para a Ospa e a substituição do Muro da Mauá por blocos móveis.




(foto retirada do blog Porto Imagem)






(fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=60975323)

Apesar da boa repercusão do projeto, o mesmo continuou engavetado durante mais alguns anos. Seus custos de implantação e as discordâncias políticas entre governos estaduais e municipais não levaram o assunto à frente. O arquiteto responsável pelo projeto chegou a receber o título de arquiteto do ano:
"Depois de conquistar a premiação do governo do Estado do Rio Grande do Sul no concurso "Porto dos Casais", o ítalo-gaúcho Alberto Adomilli recebeu o título de "Arquiteto do Ano" conferido pelo Sindicato dos Arquitetos-RS. O título, em sua primeira edição, considera o conjunto da obra, a atuação e comportamento ético-profissional dos indicados. Sua recente participação no concurso "Porto dos Casais" foi considerada irretocável pelos técnicos presentes à audiência pública, onde demonstrou extremo conhecimento das técnicas, materias e custos envolvidos em sua proposta. No total, a área construída do projeto atinge 149 mil m2.http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/71/imprime24021.asp

Em 2000, novo projeto foi lançado por parte do governo do Estado. agora para um Complexo Industrial Cais de Cinema, com cinemateca, centro técnico e audiovisual e estúdios de cinema. Nova iniciativa sem sucesso. Afinal, o que se buscava era a revitalização total da área, proposta no projeto Porto dos Casais.
O governador gaúcho então, em 2003, cria a comissão para reavaliar o Porto dos Casais, afinal o projeto já havia sido elaborado há mais de 5 anos. Esta comissão decide reaproveitar o projeto, recomendando apenas a manutenção do Muro da Mauá. E em 2004, um plano de recuperação é relançado, mas novamente as divergências entre Estado e Prefeitura, tracam o processo.









Neste meio tempo, o empresário local Eduardo Bier chegou a estudar a implantação de uma de suas casas noturnas, a Dado Bier, no local do antigo armazém das tesouras, junto ao prédio do Gasômetro. As fotos à cima nos dão uma idéia do interior belíssimo do antigo armazém. A iniciativa também não foi a frente devido, segundo muitos, a interesses políticos. O incêndio que destruiu completamente o armázem das tesouras teria colocado fim à idéia mas novamente o empresário fez uma proposta de reocupação da área, novamente sem sucesso.
(imagens: Porto Imagem)


Em 2007, novas diretrizes para o Porto. Após mais de 10 anos após sua elaboração, o projeto Porto dos Casais é descartado em definitivo. Novos estudos começam a ser feitos para a área, o que inclui um novo plano diretor a ser definido em conjunto com a iniciativa privada, através de licitação específica.

Durante a consulta pública para a revisão do Plano Diretor de Porto Alegre, grupos sociais propõem a queda do muro da Mauá.

Em 2008, é realizada a licitação para a exploração da área do Porto, pelo período de 25 anos. Este é o tema do Projeto Cais Mauá, uma revitalização há muito esperada. Post 2.

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

Contribuição de informações do site: http://www.skyscraperlife.com/projetos/15818-porto-alegre-rs-revitalizacao-do-cais-maua.html

Passeio no Paseo.

A cidade de Porto Alegre anda muito carente de projetos urbanos de qualidade. Então, quando vemos algo que realmente chama a atenção, achamos válido fazer a sua divulgação.
O open mall Paseo, na zona sul, é um excelente exemplo de paisagismo. Com soluções simples e de bom gosto, utiliza diversos elementos e funções para sua valorização:
- uso da água marcando todos os espaços;
- passarela entre os lados favorece a diferenciação entre os espaços, remete ao lúdico;
- uso de espaço de playground fechado, com delimitação própria, o zoneia claramente, evitando interferências entre funções distintas;
- uso abundante de vegetação e diversificada, destaca o espaço e sua composição, tornando-o mais agradável, aplicação ainda acentuada pela implantação de jardim vertical;
- acessórios com funções adaptadas a cultura local, como a água quente para o chimarrão, destacam-se demonstrando a adaptabilidade dos projeto às necessidades do local;

Nossa admiração pelo projeto rendeu o vídeo qque registramos em visita no local.



Apenas um porém que gostaríamos de destacar. Na área do playground, verificamos que os blocos intertravados eram de espessura fina e que foram assentados sobre contrapiso. O que consideramos uma pena, já que sua utilização sobre camada de areia auxilia na permeabilidade do solo.

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

Design de passarela. Necessário.

Ao longo do ano passado, nossa equipe esteve envolvida no desenvolvimento de um projeto urbano para a área da sub-bacia do Arroio Pampa em Novo Hamburgo, com impacto especial no bairro Canudos, um dos mais populosos e carentes da cidade. Uma das principais características urbanas da área era a segmentação entre os lados leste e oeste do território, cortados pelo Arroio Pampa. Nos pontos onde algum caminho era criado, este era realizado com estruturas precárias, popularmente chamadas de pingelas.
Em outros locais com problemas similares, a solução encontrada e aplicada é a de canalização destes corpos d'água de pequeno porte. Para se ter uma idéia o leito do Arroio Pampa varia de 6 a 10m no local.
Mas a solução da canalização, além de cara, literalmente "varre a sujeira para debaixo do tapete". A poluição destes cursos d'água acaba se tornando mais intensa, já que se encontra escondida.
A proposta desenhada de passarela, busca justamente compensar estas áreas carente com um design diferenciado e útil.



A proposta é a de utilização do ganho formal dos cabos atirantados (estaiados) para reduzis as seções nominais dos elementos estruturais em madeira, tornando o custo da mesma mais acessível. O ganho estético, por sua vez, confere um diferencial a uma área onde o design em geral está esquecido.
A constatação das questões aqui descritas e das próprias carências de soluções relacionadas a estes tipos de passarelas de pedestres (ou pontes de pedestres) fez com que registrássemos o produto no DEBRazil 2011. Uma pré-seleção de produtos para o IF Design 2012.

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Concurso Parque Olímpico: repercussões do Porto Olímpico ou coincidência.

Após muitas críticas direcionadas ao arquiteto João Pedro Backheuser, desde questões relacionadas ao seu projeto vencedor do Concurso Porto Olímpico, até a sua coordenação do Concurso Parque Olímpico, o mesmo anunciou o seu desligamento, conforme informações do próprio site do IAB-RJ:
http://concursoparqueolimpicorio2016.iabrj.org.br/1926
Não se sabe se é mera coincidência, ou se este posicionamento é reflexo das inúmeras críticas recebidas pelo IAB-RJ. O que se observa é que, a exemplo de escândalos políticos que assolam governos por todo o Brasil, o desligamento parece querer apagar todo e qualquer indício de irregularidade, como se este afastamento fosse o suficiente para calar todos os questionamentos morais e éticos.
Eu espero que não.
Eu continuo aguardando respostas.

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

* O Concurso Parque Olímpico é o novo Concurso Público Internacional organizado pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, e realizado pelo IAB-RJ e a UIA - Uião Internacional de Arquitetos para selecionar o melhor Plano Geral Urbanístico para o Parque Olímpico Rio 2016, na Barra da Tijuca, RJ.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Novo Fórum Cível, histórias por traz de um novo gigante à beira do Guaíba.

O novo Fórum Cível da cidade de Porto Alegre traz ao longo de seu processo uma série de histórias e intrincadas relações entre os poderes judiciário e executivo, com reflexos para todos. Culminando agora com notícias e obras relacionadas à Copa do Mundo. Na coluna de hoje de Rodrigo Müzell, ele comenta que:
"De responsabilidade da prefeitura, são 10 projetos de mobilidade urbana – nove deles ainda na prancheta. O único em andamento é a duplicação da avenida Beira-Rio, que também enfrenta problemas, já que a licitação da ponte sobre o Arroio Dilúvio não encontrou interessados.
A prefeitura tem uma data fatídica pairando sobre si: as obras que não estiverem licitadas em 31 de dezembro perdem a urgência e os recursos de Copa. Assim, o legado de melhorias como as duplicações da Voluntários da Pátria (prevista desde os anos 1950) fica ameaçado."
http://wp.clicrbs.com.br/boletimbrasil2014/2011/07/27/acelerar-as-obras-uma-tarefa-maior-do-que-um-secretario/

Para quem não sabe, quando da aprovação do regime urbanístico diferenciado, que permitiu a construção do Fórum nos moldes em que foi aprovado, em especial com a liberação de uma maior altura, foi assinado Termo entre a Prefeitura e o Poder Judiciário onde a execução da referida ponte sobre o Arroio Dilúvio, ficava sob responsabilidade do Poder Judiciário, assim como outras obras viárias.
Após isto, já na aprovação da ampliação do Tribunal, uns dois anos após, no constante jogo de empurra-empurra, resolveu-se alterar esta disposição.
Já com a emitente necessidade de obras de infra-estrutura, muitas já atrasadas, relacionadas à Copa do Mundo, em especial ao trânsito, a Prefeitura assumiu para si a responsabilidade de execução desta ponte entre outras obras. Isto à cerca de dois anos atrás.



Foto extraída do site:
http://www.estadio3.com.br/obras.asp

Graças ao empenhos das Regiões de Planejamento, a abertura ao público do Fórum ficou condicionada à execução das obras rodoviárias por parte da Prefeitura, em especial desta ponte. Só resta saber se ela servirá apenas ao Fórum, ou se conseguiremos que a mesma esteja pronta para a Copa do Mundo. O tempo está passando e a Prefeitura mesmo com boa intenção talvez tenha assumido compromissos demais em relação ao que poderia suportar.
E sem as obras viárias, o sucesso na realização da Copa fica realmente ameaçada.
Basta andar pelas ruas.

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

Pensar o planejamento, um hábito esquecido.

O Informativo da SPM (Secretaria de Planejamento Municipal de Porto Alegre) de Maio de 2011, traz uma notícia sobre o Mapeamento Digital que está sendo realizado pela Prefeitura. Trata-se "da modernização da base de dados urbanos, por meio do mapeamento digital da cidade". Ainda segundo informações da notícia, "Será agregado um banco de informações sobre o estágio de desenvolvimento da capital que permitirá a elaboração de mapas temáticos a respeito de escolas, postos de saúde, paradas de ônibus, vegetação e hidrografia."
É uma iniciativa importante e segue a linha já implantada pela Prefeitura através do OBSERVA POA - Observatório da Cidade de Porto Alegre.
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/observatorio/
Nele, já são disponibilizadas informações importanttes, para a própria SPM, como dados de População, Renda, Saúde, Traballho, Cor/Raça, Inclusão/Exclusão Social, entre outros.
Entretanto, é importante destacar que a iniciativa, embora importante, está atrasada. Isto por que embora a notícia indique que o município "já terá acesso a informações estratégicas para orientar investimentos, obras do Orçamento Participativo e preparação da Copa do Mundo de 2014." A mesma indica que o projeto "deverá estar concluído em 2013" , quando na verdade as principais obras da copa já deverão estar concluídas, ou quase concluídas.
Trata-se na verdade da demonstração de que ainda não temos a consciência de planejar efetivamente a médio e longo prazo. A prefeitura está iniciando algo bom e importante para a cidade, devendo ser valorizada por isso,  mas também é importante ter a consciência de que estas informações serão muito mais importantes para o período pós Copa do Mundo. Pois para a Copa, os projetos já estão em implantação, como os próprios projetos dos Estádios do Inter e do Grêmio.


 Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

terça-feira, 26 de julho de 2011

Concurso Porto Olímpico, mais surpresas...

A verdadeira novela que se segue a divulgação do resultado do Concurso Porto Olimípico parece não ter fim. Nos últimos dias recebi um e-mail informando que alem de toda a discussão já trazida a público relacionada ao vencedor, que o mesmo pode ter plagiado outros projetos. O e-mail destacava a solução paisagística implantada pelo vencedor para a avenida Francisco Bicalho:



E encaminhava o link abaixo, bem como uma das imagens extraídas do site que destaco aqui:
http://www.landezine.com/index.php/2010/05/general-maister-memorial-park/




Pode-se dizer a as imagens falam por si. É realmente impressionante. Em especial à primeira.
O projeto em questão é o General Maister Memorial Park e foi desenvolvido pela Bruto Landescape Architecture. Foi projetado em 2005 e executado em 2007.
Espero não encontrar as edificações do projeto vencedor em alguma outra página da web... é uma verdadeira decepção para a arquitetura brasileira, que tem profissionais de vanguarda como Oscar Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha...

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Fotografando Porto Alegre.

Faz tempo que inserimos uma seção de fotos no blog sem nunca dar a devida atenção ao assunto. Resolvi então hoje, aproveitando um pequeno tempo livre e um lindo dia de sol para fazer alguns recortes de imagens da nossa cidade. Porto Alegre tem locais que valem a pena serem explorados. Lugares que tem um pouco de história, um pouco de arquitetura, um pouco de cotidiano de cada um de nós, mas que por vezes passa desapercebido.







Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

Flagra na Zero Hora...

Andando de carro em Porto Alegre, me deparei com a seguinte imagem, no mínimo estranha, em plena sede do Jornal Zero Hora, de Porto Alegre.


Dá pra acreditar... acho que não tinha ninguém supervisionando o serviço!

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

sexta-feira, 22 de julho de 2011

50.000 visitas!

Estamos muito felizes por ter vencido mais esta marca, a de 50.000 visitas. Agradecemos a todos pelas contribuições e sugestões de assuntos. Alguns já estão sendo pesquisados para que possamos postar aqui curiosidades, análises, novas tecnologias e tantas outras informações que não são interessantes como importantes a todos os que se interessam pelos assuntos do blog.

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Concurso Porto Olímpico, repercusões.

Muito se falou sobre a questão do resultado do concurso Porto Olímpico, no Rio de Janeiro. A Cubbos mesma, enquanto participante, fez algumas ponderações sobre o tema e sobre a arquitetura premiada, no sentido de que enquanto arquitetos, temos sim que primar pela análise crítica do que os profissionais estão projetando para nossas cidades.
Destacamos aqui que o assunto continua sendo debatido em alguns meios de comunicação:
Editora Pini:
http://www.piniweb.com.br/construcao/arquitetura/arquitetos-contestam-resultado-do-concurso-porto-olimpico-no-ministerio-publico-224704-1.asp


Archdaily:
http://www.archdaily.com/148123/olympic-port%E2%80%99s-competition-winner-joao-pedro-backheuser-with-ignasi-riera/

Plataforma Arquitetura:
http://www.plataformaarquitectura.cl/2011/07/18/la-polemica-en-torno-al-concurso-porto-olimpico-rio-2016/#comment-308334

Entretanto, até o momento, as discussões se fortalecem em cima da questão do projeto ganhador ter se valido de informações privilegiadas mas pouco se falou em termos da arquitetura projetada em si. Acho que está também é uma discussão válida, cujo debate propricia crescimento de todos os que dela participam podendo inclusive ajudar a aprimorar a proposta vencedora.
Pedimos ao IAB a disponibilização completa dos trabalhos em seu site. Desde os vencedores,a té menções honrosas e participantes em si. Acho fundamental que todos tenham acesso às idéias e propostas feitas para o local. Pois a multiplicidade de soluções é fundamental para a profissão do arquiteto e urbanista devendo sim ser difundida.

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos

sábado, 16 de julho de 2011

Lixeiras alternativas - sustentaveis ou apenas peças de design

A internet é uma excelente ferramenta de pesquisa e hoje enquanto realizava uma destas pesquisas acabei encontrando uma reportagem sobre uma lixeira muito interessante, segue abaixo o material para vocês conferirem:
Conforme o site Yanko Design.
Trashing Batteries for Brighter Sidewalks
We all know alkaline batteries are really bad for the environment if you don’t dispose of them properly. The right thing to do is send them to special recycling centers but hundreds of tons end up in landfills where their toxic innards seep into the earth. Perhaps a good solution is the Energy Seed, an LED lamp post powered by trashed alkaline batteries.
The idea is to encourage people to throw their batteries away into the Energy Seed. There’s a slot for nearly every size battery. The unit combines any left over juice from all the batteries to power a super efficient LED ring.
Of course once the bins are full, we’re left with the same original problem. Somebody has to collect all those spent batteries and recycle them.
Designer: Sungwoo Park & Sunhee Kim
Em resumo o artigo fala sobre como são perigosas e danosas ao meio ambiente as pilhas alcalinas, principalmente quando nós não nos certificamos do seu correto descarte. Explica qual a maneira ideal de descarta-las e como podem acabar em aterros comuns contaminando o solo.
E mostra a lixeira desenvolvida como uma das possíveis soluções, pois a lixeira acoplada a luminária exaurem a pouca carga que pode ainda existir nas pilhas através de LED´s. Então no fundo este conjunto lixeira / luminária aproveitam para a iluminação pública uma energia que seria jogada fora, infelizmente ainda não temos notícias de sua implantação em nenhum local e os designers não explicaram o que acontece quando a mesma fica cheia, pois a mim parece que a remoção para a reciclagem continua de qualquer forma.
Talvez não resolva por completo mas é um ponto de partida para a melhoria do meio ambiente.
Arquiteto e Urbanista Alan Cristian Tabile Furlan.

Coleta de Lixo em Porto Alegre, vantagens e desvantagens.

Desde o início da semana, uma nova discussão está circulando pelas ruas da cidade de Porto Alegre, a implantação da coleta automatizada de lixo. Isto por que os conteiners, prometidos desde abril de 2011, agora efetivamente "tomam" as ruas.
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/procempa/default.php?reg=112&p_secao=82

Para aqueles que desconhecem a solução que está em implantação, destaca-se que a proposta é de que estes conteiners ocupem áreas em vias públicas e não nas calçadas. Da totalidade de unidades implantadas, apenas 30% destes deverão ser colocados em calçadas, os demais ocuparão o espaço equivalente ao de um carro estacionado. A proposta de Porto Alegre segue o exemplo de outras cidades do mundo.
(imagen do site da PMPA)


A discussão desta solução, porém, passa pelo esclarecimento de algumas questões que surgem aos moradores das áreas onde serão implantados tais conteiners. Como por exemplo:
- é sabido que a disposição destes elementos causa interferência visual sobre os imóveis próximo. Deste modo, a prefeitura deve deixar claro qual a regra que define sua posição;
- como ficam as calçadas (mesmo que sejam apenas 30% do conteiners dispostos em calçadas) principalmente em relação à circulação de pessoas, em especial aquelas com necessidades especiais, em relação a estas novas barreiras que serão criadas?
- trata-se de conteiner destinado ao lixo orgânico. Foi feita algum trabalho de conscientização sobre esta questões? o conteiner contem alguma comunicação nestes sentido, visando coibir a união de lixos orgânicos e recicláveis todos neste mesmo ponto?
- o que evita o incêndio em seu interior, quando as pessoas errôneamente colocam "tocos de cigarro" no local?
- como fica a questão dos odores vindos destes equipamentos?
É claro que com o passar do tempo iremos nos familizar com o assunto, e poder evoluir a situação. A iniciativa de tratar o lixo de forma diferente já é por si só um avanço, e evitar que o lixo fique, por si espalhado no meio das ruas já incentiva a população a cuidar mais do espaço público. Isso não quer dizer, porém que a situação não possa melhorar. Tenho certeza de que soluções de conteiners enterrados, nem que sejam parcialmente enterrados, já ajudaria a melhorar visualmente as áreas. É claro que enterrá-los envolve um custo maior e principalmente deixa mais rígida a questão do posicionamento de tais elementos. mas acho que o ganho estético, principalmente em áreas ´turísticas e históricas deve valer a pena. Basta observar a imagem disponibilizada no Jornal Correio do Povo para verificar o exemplar da rua doa Andradas (rua da Praia) e sua relação totalmente desproporcional entre pedrestes e mesmo a caixa da via.

Arquiteta e urbanista Eliana Hertzog Castilhos